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30/07/15

Sinais de alarme na escrita dos adolescentes

A escrita dos adolescentes pode apresentar sinais de alerta que devem despertar a atenção dos pais, dos professores e do psicólogo escolar.

Na abordagem ligeira deste artigo, vou apresentar os principais sinais a ter em consideração e as medidas a tomar, aquando da sua presença de sinais de alarme na escrita dos adolescentes.

Os distúrbios da adolescência e as crises da puberdade refletem-se, normalmente, nos trabalhos escolares manuscritos.

Úrsula Avé-Lallemant, psicóloga e grafóloga alemã, autora do livro, O Teste das Estrelas e das Ondas, que permite avaliar o grau de maturidade, sintomas de distúrbios e outras caraterísticas da primeira infância, analisou mais de duas mil escritas de crianças e de adolescentes, a fim de detetar sinais de sofrimento, próprios destas idades, que de outra maneira seriam mais difíceis de conseguir identificar. Tais sinais são uma espécie de pedido de socorro, sem que constituam um desequilíbrio psicológico patológico.

Esses sintomas são universais, sendo, portanto, transversais às várias culturas, línguas ou sociedades.

Os sinais de alarme podem observar-se na desorganização do espaço grafroescritural (desagregado, desestruturado ou confuso) que revela sintomas de disfunção no relacionamento com os outros, insegurança ou angústia. A hiper-estruturação do espaço indicará, especialmente, falta de autonomia.

A forma como as letras e as palavras estão realizadas (retocadas, isoladas, truncadas) representam conflitos interiores, necessidade de independência e falta de segurança.

O movimento e o ritmo (frouxos, rígidos ou inibidos) indiciam um esforço extremo na observação das normas e regulamentos. A carga excessiva, que o adolescente sente, leva-o ao conformismo e impede-o de descobrir o verdadeiro sentido e finalidade da norma.

A qualidade do próprio traçado (sujo, fragmentado, sobreposto) pode ser sintoma de falta de firmeza, de insegurança e de irritabilidade.

A intervenção atempada do grafólogo e do psicólogo escolar, perante estes sinais de sofrimento, conseguiria modificar as consequências negativas diretas na aprendizagem e no desenvolvimento do adolescente, numa fase em que se constroem os alicerces do Adulto Integrado.

As caraterísticas dos grafismos devem ser consideradas isoladamente, mas analisadas e avaliadas globalmente e contextualizadas, antes de extrair qualquer conclusão e, sempre que possível, no âmbito interdisciplinar. 

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