A escrita dos adolescentes pode apresentar sinais de
alerta que devem despertar a atenção dos pais, dos professores e do psicólogo
escolar.
Na abordagem ligeira deste artigo, vou apresentar os principais
sinais a ter em consideração e as medidas a tomar, aquando da sua presença de sinais
de alarme na escrita dos adolescentes.
Os distúrbios da adolescência e as crises da puberdade
refletem-se, normalmente, nos trabalhos escolares manuscritos.
Úrsula Avé-Lallemant,
psicóloga e grafóloga alemã, autora do livro, O Teste das Estrelas e das Ondas, que permite avaliar o grau de
maturidade, sintomas de distúrbios e outras caraterísticas da primeira
infância, analisou mais de duas mil escritas de crianças e de adolescentes, a
fim de detetar sinais de sofrimento, próprios destas idades, que de outra
maneira seriam mais difíceis de conseguir identificar. Tais sinais são uma
espécie de pedido de socorro, sem que constituam um desequilíbrio psicológico
patológico.
Esses sintomas são
universais, sendo, portanto, transversais às várias culturas, línguas ou
sociedades.
Os sinais de alarme podem
observar-se na desorganização do espaço grafroescritural (desagregado,
desestruturado ou confuso) que revela sintomas de disfunção no relacionamento
com os outros, insegurança ou angústia. A hiper-estruturação do espaço indicará,
especialmente, falta de autonomia.
A forma como as letras e as
palavras estão realizadas (retocadas, isoladas, truncadas) representam
conflitos interiores, necessidade de independência e falta de segurança.
O movimento e o ritmo (frouxos,
rígidos ou inibidos) indiciam um esforço extremo na observação das normas e
regulamentos. A carga excessiva, que o adolescente sente, leva-o ao conformismo
e impede-o de descobrir o verdadeiro sentido e finalidade da norma.
A qualidade do próprio traçado
(sujo, fragmentado, sobreposto) pode ser sintoma de falta de firmeza, de insegurança
e de irritabilidade.
A intervenção atempada do
grafólogo e do psicólogo escolar, perante estes sinais de sofrimento, conseguiria
modificar as consequências negativas diretas na aprendizagem e no desenvolvimento
do adolescente, numa fase em que se constroem os alicerces do Adulto Integrado.
As caraterísticas dos
grafismos devem ser consideradas isoladamente, mas analisadas e avaliadas
globalmente e contextualizadas, antes de extrair qualquer conclusão e, sempre
que possível, no âmbito interdisciplinar.
1 comentário:
muito interessante
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