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16/05/18

“Preconceitos” no exame grafológico



 
O grafólogo, como outros profissionais das ciências humanas, dificilmente se despe por completo das suas expetativas e da perceção imediata que lhes proporcionam os grafismos em análise. 
Texto de Leonardo da Vinci: uma escrita diferente de um autor invulgar

Na caraterização de uma personalidade através da escrita e, especialmente, na perícia da escrita manual, a atitude mais incorreta seria pensar: “Eu estou certo, os outros estão errados”. Procedendo deste modo, a sua atitude mental fá-lo-ia esquecer que esta ciência não é exata e que ele é capaz de errar ou de acertar tanto ou mais do que outros.
O grafólogo, após ter conhecimento, que determinado documento foi elaborado por um indivíduo, supostamente, homicida, terá tendência a valorizar determinadas marcas que costumam ser encontradas num serial killer, podendo, porém, tratar-se de uma pessoa sociável e eticamente bem formada, que terá agido, ocasionalmente, em legítima defesa.   
Compete-lhe inventariar e valorizar de igual modo as diferenças e as semelhanças, colocando-as, equitativa e ponderadamente, nos pratos da balança, antes de avançar para conclusões precipitadas, e evitando a sobrevalorização das diferenças em detrimento das semelhanças ou vice-versa.
As conclusões não devem dar um passo à frente das fundamentações e, qualquer conclusão, que seja hoje considerada definitiva, pode deixar de o ser amanhã, logo que sejam encontradas novas provas documentais mais pertinentes que contrariem as primeiras.
O cérebro recebe e interpreta os vários sinais gráficos em função dos próprios sentimentos e emoções, deixando pouco espaço para as variantes que não se enquadrem dentro das suas expetativas: expetativas negativas “geram” marcas negativas e expetativas positivas favorecem os traços positivos.
Se não é possível a libertação completa da própria subjetividade,  o mais importante é que esses vestígios ou pegadas sejam assumidos como tal.
Apesar da coloração subjetiva por parte do grafólogo, a experiência pessoal e o senso comum relembram-nos a cada momento que o perfeito conhecimento de nós próprios e das nossas tendências é um dos melhores suportes para a realização de uma boa análise e da extração duma conclusão mais lógica e equilibrada.
Todos os grafismos são diferentes, mesmo se saídos do mesmo indivíduo e todos são únicos se forem realizados por indivíduos diferentes, porque cada escrevente como ser humano tem uma identidade própria e uma entidade específica.

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