O ritmo da
poesia, da música e da fala varia de acordo com a expressividade biopsicológica
do seu autor. O modo de caminhar e de correr são distintos de umas pessoas para
as outras. A linguagem gráfica é, também, caraterizada pelo ritmo. Por este
facto, o ritmo da escrita expressa a individualidade do sujeito escrevente.
A escrita rítmica
pressupõe criatividade e uma certa desigualdade de forma, de tamanho e de
pressão. O ritmo não se confunde com o movimento grafoescritural “mecanizado”
ou monótono, em que as letras e as palavras surgem sempre certinhas.
Os
diferentes géneros ou subgéneros oscilam ligeira e harmoniosamente ao longo do
traçado, num ambiente gráfico positivo, difícil de quantificar, porque resultam
de impulsos complexos da personalidade do seu autor.
A analogia estabelecida
entre o ritmo vital e a atividade grafomotora permite distinguir duas escritas diferentes
ou caraterizar, psicologicamente, os seus autores. Somente, em situações
patológicas é que o ritmo do fio de tinta não espelha o biorritmo endógeno do
escrevente.
O ritmo da
escrita manual assemelha-se mais ao das ondas do mar, calmas ou agitadas, do
que a oscilações pendulares, periódicas, precisas e monótonas. E a complexidade
da mente humana faz com que determinado grafismo deva ser apreciado como um
todo complexo e dinâmico. No entanto, o ritmo adquiriu, recentemente, um importante
papel na perícia da escrita manual.
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