NOVIDADES

04/02/14

Falsificação da carta da irmã Lúcia



A falsificação de documentos é tão antiga como a própria escrita.
Na Suméria, cerca do ano 4000 a.C., apareceram os primeiros casos de falsificação de documentos.
No tempo dos imperadores Constantino, Marco Aurélio e Justiniano já se comparavam as escritas para a descoberta do falso ou do verdadeiro autor.
O Édito de Teodorico (entre 500 e 526 d.C.) previa a pena de morte para diversos tipos de falsificação de documentos.
Nenhum setor da sociedade escapa aos falsificadores, uma vez que existe sempre alguém que não se conforma com a verdade dos factos e pretende disfarçá-los em proveito próprio, desejando parecer maior do que é ou possuir mais do que tem.
Mesmo no campo religioso também houve falsificações. Basta recordar as célebres (falsas) “doações” do imperador Constantino à Igreja, com o objetivo de fortalecer Cristianismo perante o paganismo ou as outras religiões.
O exemplo que apresento da falsificação de uma carta de Lúcia sobre o 3.º segredo de Fátima, ocorrida há dezenas de anos, levantou, na época, uma grande polémica. Neste, como noutros casos, o falsificador deixou marcas que não conseguiu disfarçar.
Apesar da fraca resolução das imagens, observam-se algumas caraterísticas que distinguem, com elevado grau de probabilidade, a carta autêntica (Fig. A) da falsa (Fig. B). As diferenças quanto ao conteúdo e quanto ao vocabulário utilizados são, neste caso, analisadas.
A carta falsa possui uma acentuada irregularidade de carateres, quanto à inclinação e dimensão, que não se verifica na autêntica.
A carta falsa contém palavras decrescentes que não se observam na autêntica.
A acentuação apresenta-se mais atrasada, na contestada, e mais adiantada na autêntica.
O traço sinistrogiro com que termina o ditongo “ão” é mais lento e menos espontâneo, na falsa do que na autêntica.
Os ritmos da escrita são inconfundíveis: mais alterado o da contestada e mais monocórdio o da autêntica.

O gesto típico descendente, presente no final da letra “h” da carta autêntica, não está sempre presente na carta falsa e, quando aparece, surge mal disfarçado.

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