Diferenças de pressão e velocidade (in F. Dellavale)
A
falsificação por memorização acontece após intenso treino e familiarização com
o modelo a imitar. O falsificador consegue escrever com uma velocidade
semelhante à da sua escrita autêntica. Neste caso, o perito deve procurar os
detalhes do próprio estilo (gestos específicos) do falsificador que constituem
uma espécie de tiques gráficos. Ao confrontar o documento falsificado com os
autênticos, o grafólogo constatará a existência de determinados microgestos
originados por impulsos psicomotores que constituem uma parte instintiva da
personalidade e dos quais não se pode prescindir.
Estas
pequenas marcas costumam ser tanto mais valorizadas na perícia quanto mais seja
a sua constância, a sua pouca visibilidade e a dificuldade de imitação.
De
entre os sinais mais difíceis de imitar constam a própria natureza do traçado
com o seu jogo de plenos e perfis (dependentes da conjugação da pressão com a
velocidade) e a sucessão de movimentos gráficos (proporção, elasticidade,
dinâmica).
O
exame da escrita não se limitará a simples comparações estáticas, mas saberá
captar as caraterísticas dominantes e a dinâmica das tendências psíquicas do
sujeito escrevente.
Deste
modo, na imitação reiterada, torna-se mais difícil detetar a própria
falsificação do que identificar o seu autor, porque este deixa sempre algumas “pegadas”,
alguns traços pessoais.
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