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08/05/11

Exame da escrita manual


Para um juízo mais completo sobre a autoria de um determinado documento ou assinatura, é pertinente analisar não apenas os factores externos, ligados à escrita, mas, também, os internos, relacionados com caraterísticas físicas, motoras, biológicas, neurológicas e intelectuais do escrevente.

Os factores internos dão origem aos externos, os mais visíveis, palpáveis e detetáveis com instrumentos apropriados. Assim como a interpretação de qualquer  obra de arte fica incompleta sem o conhecimento do seu criador, de igual modo, uma página escrita constitui a marca intrínseca do seu autor.
A identidade gráfica tem a sua raíz, em primeiro lugar, na constituição específica de cada indivíduo. Como não existem duas pessoas iguais, todas as escritas são diferentes.
Deste modo, podemos não apenas afirmar que um grafismo pertence ou não pertence a um indivíduo por comparação com outros escritos autógrafos. Conseguimos ir mais longe e declarar que certa escrita não pode ter sido feita por alguém que possua determinada estrutura neuropsicológica.
Os gestos escriturais, derivados dos movimentos de extensão e de flexão, dos movimentos abdutivos (da esquerda para a direita) e adutivos (da direita para a esquerda), refletem o estado de tensão das energias psíquicas do escrevente.
O cérebro e a representação morfocinética assumem um papel predominante sobre a atividade neuromuscular do escrevente que conduz à execução da escrita, sem excluir a sua influência recíproca nem a unicidade da personalidade humana.
Semelhanças simplesmente exteriores de dois documentos podem apresentar dissemelhanças grafopsicológicas que determinem a não atribuição da mesma autoria.
Na figura acima, apresento um exemplo de escrita que não pode, de todo, ser atribuída a quem tenha falta de coordenação motora, tendência à falsificação ou mentira, instabilidade emocional, agressividade, inconstância e depressão. Alguém, com estas caraterísticas, não escreve desta maneira.

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