NOVIDADES

08/01/19

Disgrafia - causas e diagnóstico

Texto de um jovem adolescente, de 14 anos, que frequentava o 5º ano de escolaridade.

As causas da perturbação grafomotora consistem na dificuldade de aquisição do esquema corporal, de orientação, de coordenação óculo-manual e da lateralidade, devendo ser identificadas a partir da escola infantil.
Outras causas consistem na falta de pré-requisitos, da escassa motivação, das fracas condições ambientais, de distúrbios afetivos, da motricidade inadequada, da descoordenação corpo/espaço, da inserção complicada no ambiente escolar, das perturbações da linguagem (atraso na aprendizagem, dificuldade de simbolização e de compreensão do léxico).
Dificilmente existirá uma causa única e suficiente para explicar o comportamento disgráfico. Convém, pois, efetuar, antecipadamente, uma anamnese, recolhendo informações junto da criança, dos pais e dos professores e fazendo testes de leitura, uma vez que a aprendizagem da escrita está diretamente relacionada com o desenvolvimento da expressão oral e da leitura.
A fim de determinar o nível grafomotor, o grafólogo fará um exame cuidadoso da escrita, estabelecendo um bom relacionamento com a criança e com a sua família, em colaboração com os professores. O programa de atuação será individualizado, tendo em conta a personalidade da criança, o seu nível de integração na escola e a sua motivação. Sem esconder as falhas detetadas, convém valorizar os aspetos positivos da escrita, a fim de aumentar a autoestima.
A educação será sempre preferível à reeducação. Porém, quando a escrita não desempenha bem a função de comunicar e o gesto se torna difícil, é necessária a reeducação através da intervenção dum profissional  que saiba lidar com o problema e coordene a realização de atividades didáticas apropriadas que permitam desenvolver capacidades percetivas, motoras, linguísticas, de atenção e mnemónicas adequadas.
O grafólogo observará a posição do escrevente, a distância entre o corpo e a mesa, a posição da coluna vertebral e das pernas, verificará se a mão que escreve está apoiada na folha e se o cotovelo assenta sobre a mesa, se a caneta é pegada pelo dedo indicador e pelo polegar,  se  está apoiada no dedo médio e se os dedos anelar e  mínimo deslizam sobre folha.
Uma atenção especial será prestada à organização espácio-temporal, à coordenação motora, à lateralidade, à linha de base, à pressão, à velocidade, ao tamanho dos carateres e a outros parâmetros que, negativamente, se destaquem. Sendo detetados problemas de foro neurológico ou psicológico, torna-se necessária a intervenção de um profissional de saúde.  
Entre as técnicas que ajudam a melhorar a grafia, podem nomear-se  o desenho livre, os traçados arabescos, os contornos, o preenchimento de figuras, os grafismos com várias direções e formatos, os exercícios de progressão cinética e de pressão.
Inicialmente, algumas técnicas podem ser aplicadas em suportes de maior dimensão do que a folha de papel (como por exemplo quadros) ou utilizando outros instrumentos diferentes de escrita, como marcadores e pincéis.
Qualquer método ou processo de educação ou de reeducação deve assumir um caráter específico e ao mesmo tempo globalizante.

Sem comentários: