Teresa Sánchez de Cepeda y Ahumada, oriunda
de uma família da baixa nobreza, nasceu
em 28 de março de 1515, em Gotarrendura, província de Ávila, Espanha.
Aos 7 anos de idade, Teresa já gostava
de ler histórias de santos. Quando era ainda pequena, juntamente com o seu
irmão Rodrigo, fugiu de casa, com o desejo de se tornar mártir por Jesus às
mãos dos muçulmanos. A sua mãe morreu quando ela tinha 14 anos. Aos 15 anos, o pai
internou-a num colégio de freiras e, apesar da oposição paterna, decidiu
fazer-se religiosa.
Fundou vários conventos das
irmãs religiosas descalças onde predominava a extrema pobreza e uma vida inteira de quase
perpétuo silêncio.
Faleceu
em 4 de Outubro de 1582, em Alba de Tormes, na província de Salamanca. Mais
conhecida por Santa Teresa de Ávila ou Santa Teresa de Jesus, ficou famosa pela
reforma que realizou na Ordem dos Carmelitas e pelas suas obras místicas. O
Papa Paulo VI proclamou-a Doutora da
Igreja.
A análise
sucinta deste extrato manuscrito não tem por objetivo a elaboração de um estudo
profundo da Santa, mas, apenas, a colocação em evidência de algumas tendências ou caraterísticas
gerais da sua personalidade.
Este grafismo difere da escrita chamada “bastarda espanhola” e de
outros manuscritos ou modelos paleográficos do século XVI, em que a tendência
era a imitação da escrita dos mestres.
A análise gráfica deste
poema, escrito por Teresa, com cerca de 60 anos de idade, revela uma escrita bastante
legível, rítmica (semelhante a uma pauta musical), dinâmica, bem pressionada, inclinada
para a direita, saltitante, desligada, com os ovais abertos na zona superior e
angulosos na base. A letra “s” é desproporcionada, a margem esquerda crescente, os finais
prolongados, as barras dos “tt” descendentes, as consoantes “nn” são parecidas com as
vogais “uu”, os carateres “dd” encontram-se enlaçados” e a assinatura apresenta-se semelhante ao texto.
Teresa
de Jesus (assim assinava a Santa) foge ao pendor caligráfico da época e concilia o aspeto funcional do
grafismo (a legibilidade) com a liberdade de personalizar a forma (originalidade), sem cometer os
excessos próprios de outros manuscritos contemporâneos.
Observando,
de modo genérico, estes e outros parâmetros da escrita, pode concluir-se que
Teresa era disciplinada, corajosa, constante, agressiva, combativa, dinâmica e rigorosa.
Detentora de sólido espírito de decisão, manifestava-se coerente consigo
própria e em relação aos outros. Intuitiva e criativa, era dotada de grande agilidade
mental. De caráter firme e impulsivo, apresentava-se, temperamentalmente, enérgica.
Apesar de conseguir um bom autodomínio, era vibrante e inquieta, manifestando
tendência para uma acentuada sensibilidade artística.
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