O perito da escrita manual
serve-se de meios auxiliares de diagnóstico que prolongam a sua visão para além
do espetro visível à vista desarmada. Mas, por mais sofisticados que sejam os instrumentos,
de pouco nada servem, sem a perspicácia e o espirito de curiosidade do perito.
Ao longo de alguns meses, tratarei
dos principais instrumentos utilizados para deteção dos documentos autênticos e
dos falsos.
Todo a análise da escrita manual se
baseia no confronto entre o documento suspeito e as amostras autógrafas.
Podemos dizer que o exame pericial serve-se essencialmente do método
comparativo. O segredo está em encontrar semelhanças ou dissemelhanças que sejam
pericialmente pertinentes. Os elementos gráficos mais raros e mais específicos
do escrevente são os mais significativos. A quantidade de dados detetados é
importante, mas mais importante ainda é a sua raridade. A função principal não identificar
a pessoa que escreve, mas estabelecer a correspondência entre os vários grafismos. Ou seja, avalia-se a obra e não o seu autor. Para fundamentar o seu parecer e atribuir
um determinado grau de probabilidade, o perito recorre a determinados instrumentos que
lhe garantem fiabilidade.
Muitos documentos que à partida
parecem formalmente iguais, analisando-os pormenorizadamente, verifica-se que não se
correspondem. Outros parecem ter sido elaborados por mãos diferentes, mas estão
impregnados dum movimento rítmico que os carateriza e individualiza.
A análise não recai apenas sobre
o grafismo em si, mas, igualmente, sobre o espaço e contexto em que o mesmo se
situa. Se o papel tiver sido adulterado,
é já um prenúncio de falsidade.
Na árdua tarefa de desmascarar o
falsificador, os instrumentos assumem um papel fundamental. Um dos mais vulgares e não menos importante é a lupa.
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