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31/05/12

Instrumentos para análise de escrita manual (1)



O perito da escrita manual serve-se de meios auxiliares de diagnóstico que prolongam a sua visão para além do espetro visível à vista desarmada. Mas, por mais sofisticados que sejam os instrumentos, de pouco nada servem, sem a perspicácia e o espirito de curiosidade do perito.


Ao longo de alguns meses, tratarei dos principais instrumentos utilizados para deteção dos documentos autênticos e dos falsos.


Todo a análise da escrita manual se baseia no confronto entre o documento suspeito e as amostras autógrafas. Podemos dizer que o exame pericial serve-se essencialmente do método comparativo. O segredo está em encontrar semelhanças ou dissemelhanças que sejam pericialmente pertinentes. Os elementos gráficos mais raros e mais específicos do escrevente são os mais significativos. A quantidade de dados detetados é importante, mas mais importante ainda é a sua raridade. A função principal não identificar a pessoa que escreve, mas estabelecer a correspondência entre os vários grafismos. Ou seja, avalia-se a obra e não  o seu autor. Para fundamentar o seu parecer e atribuir um determinado grau de probabilidade, o perito recorre a determinados instrumentos que lhe garantem fiabilidade.


Muitos documentos que à partida parecem formalmente iguais, analisando-os pormenorizadamente, verifica-se que não se correspondem. Outros parecem ter sido elaborados por mãos diferentes, mas estão impregnados dum movimento rítmico que os carateriza e individualiza.


A análise não recai apenas sobre o grafismo em si, mas, igualmente, sobre o espaço e contexto em que o mesmo se situa.  Se o papel tiver sido adulterado, é já um prenúncio de falsidade.


Na árdua tarefa de desmascarar o falsificador, os instrumentos assumem um papel fundamental. Um dos mais vulgares e não menos importante é a lupa.

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