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28/11/19

Esquerdinos versus destros (2)


O grande matemático, arquiteto e escultor, Leonardo Da Vinci, (1442-1518), era esquerdino e, talvez, disléxico. Escreveu milhares de páginas em escrita especular, por ser escrever com a mão esquerda, por segredo profissional ou por atração por tudo o que se relacionasse com o oriente, onde se escreve da direita para a esquerda. A caligrafia de Leonardo Da Vinci tem ritmo, movimento e um notável sentido do espaço e das formas. Ele alterna formas desiguais num contexto harmónico, demonstrando grande intuição e criatividade.

 Além de Leonardo Da Vinci, já referido, houve muitos esquerdinos famosos como Miguel Ângelo, Paganini, Pacciolini (matemático), Paulo Picasso, Charlie Chaplin, Roberto Schumann.
A escrita especular ou escrita em espelho é aquela que se estende da direita para a esquerda, porque só pode ser decifrada, com facilidade, por meio dum espelho.
Este modelo de escrita pode assumir um grande significado psicológico e pericial.

Independentemente da mão escrevente, a escrita é um produto do cérebro, portanto, não depende da mão que escreve. Mesmo sendo feita com mão, com o pé ou com órgãos diferentes, as suas caraterísticas não divergem. Porém, se houver uma alteração a nível cerebral, ocorrerão imediatamente alterações a nível da escrita.
         
As funções dos hemisférios cerebrais são assimétricas. Cada hemisfério controla os movimentos da parte oposta do corpo. Assim, um indivíduo destro utiliza mais o hemisfério esquerdo e um sinistro, mais o hemisfério direito. Podemos dizer que se nasce esquerdino como de nasce com olhos azuis. A nível de quociente de inteligência não há diferenças, mas há tendências diversas. O hemisfério esquerdo está mais ligado aos aspetos cognitivo-racionais da linguagem e o hemisfério direito aos aspetos espaciais, artísticos e emotivos.
Através do sentido do movimento da barra do t, por exemplo, pode descobrir-se, muitas vezes, a mão da escrita. Perante uma a análise psicológica e pericial de documentos manuscritos, a escrita invertida do esquerdino deve ter uma interpretação semelhante à escrita inclinada para a direita dos destros.

Do ponto de vista educacional e pedagógico, como fazer a melhor opção da mão escrevente?
A mão mais ágil é a que deve ser a preferida, segundo a preferência de cada indivíduo. Uma escrita pequena, controlada, com traçado firme e apoiado são sinais positivos. Ao passo que a escrita grande, por incapacidade de fazê-la pequena, leve e trémula, lenta e descoordenada são sinais negativos.

A lateralidade da mão não deve ser a única a ser tida em consideração na opção pela mão escrevente. Será necessário estudar a lateralidade de outros órgãos e sentidos, como o olho, o pé e o ouvido.  Por isso, para a obtenção de opção acertada, é preciso analisar bem a habilidade de cada mão para escrever.
No caso de dúvida, a decisão a tomar não pode contrariar a criança, para que esta seja lesada no desenvolvimento das suas capacidades motoras, emocionais e intelectuais.
Quando se trata de um ambidestro, que escreve com a mesma facilidade com ambas as mãos, é aconselhável fazer a aprendizagem com a direita
Noutros tempos, contrariavam-se os esquerdinos, obrigando-se a escrever com a mão direita, mas tal atitude originava, por vezes, gaguez, bloqueios e recusas.
Convém recordar que não se deve determinar muito cedo se uma criança é esquerdina ou destra, porque a maturidade nos esquerdinos dá-se mais tarde do que nos destros. Testes aplicados precocemente poderão levar a decisões erradas. Os ambidestros podem ter um atraso na maturidade da lateralidade até à idade de 8 anos, o que constitui um fator negativo para a aprendizagem da escrita.
         
                Afonso Sousa

1 comentário:

Anónimo disse...

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