O médico italiano, Corado Bornoroni, comparou o grafismo a um eletroencefalograma. Ambos têm por finalidade o registo da atividade cerebral. O segundo regista perturbações circulatórias, epilepsia, traumas, o primeiro, a estrutura da personalidade (e certas patologias).
No campo da medicina, a grafologia pode ajudar no diagnóstico de certas patologias e na evolução do paciente, especialmente em relação às disfunções do sistema nervoso central ou periférico, através da observação das disgrafias, de tremores e da desorganização da escrita em geral.
Existem também manifestações gráficas relacionadas com síndromas de epilepsia, intoxicação alcoólica ou com outras drogas e com a desorganização neuromuscular.
Os próprios traumas ocasionados pela hospitalização, especialmente nas crianças, podem ser detectados através da escrita.
O próprio controlo da acção dos medicamentos pode ser feito através da análise da escrita do paciente (calibre,espaço entre letras, inclinação), para obter a dosagem apropriada, evitando doses exageradas que poderiam levar à depressão ou ao suicídio.
No ramo da psiquiatria, a grafologia pode ajudar a detetar tendências, potencialidades do paciente e, numa fase posterior, acompanhar e controlar a eficiência da cura. Pois, a finalidade da grafologia não é procurar os sintomas das doenças nem a sua cura, mas detetar as tendências ou predisposições do indivíduo para determinados distúrbios.
A psiquiatria, servindo-se da grafologia, pode conseguir uma visão mais profunda da individualidade do paciente, dos seus conflitos internos e da sua riqueza interior.
Hertz Herbert afirma que a tendência para a paranóia pode ser detectada na escrita, desde que, simultaneamente, apareçam sinais de sobreestimação do eu, desconfiança do meio ambiente, falsidade de juízo e o instinto de defesa.
As doenças de Parkinson, a epilepsia, a esquizofrenia, a alcoolemia, os acidentes cérebro-vasculares, a esclerose múltipla, os tumores cerebrais deixam marcas na escrita. No caso de doentes de Parkinson em estado avançado, a escrita torna-se lenta, trémula, pequena e comprimida.
A escrita dum doente com tumor cerebral provoca arritmias entre as letras, a escrita torna-se flácida e com fraca pressão. A arritmia é devida à interrupção da comunicação entre os dois hemisférios.
A esquizofrenia provoca distorções simbólicas, fragmentações, distorções de tamanho e elaborações estranhas.
Assim, a análise da escrita pode fornecer ao médico indícios sobre que região do cérebro o paciente está afetado, completando, por exemplo, o exame de ressonância magnética.
As próprias perturbações do sistema glandular podem ser indiciadas, através de alguns sinais da escrita (certas torções das hastes).
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