Na maior parte das pessoas predomina a
lateralidade direita, mas há uma certa percentagem, não desprezível, em que
predomina a esquerda.
A lateralidade está relacionada com a
assimetria funcional do cérebro.
Considera-se lateralidade harmónica,
quando o olho, o ouvido, o pé e a mão predominantes pertencem ao mesmo lado e, desarmónica,
quando tal não acontece. Esta última, em vários casos, também pode ser natural,
isto é, constituinte do próprio indivíduo.
A lateralidade predominante pode ter
uma influência genética e uma influência social. A energia psicofísica começa
por se difundir de modo predominante à direita ou à esquerda, derivando daí a
lateralidade.
O predomínio do hemisfério direito, nos
esquerdinos, favorece as tarefas espaciais não verbais, a expressão musical e a
memória espacial.
O predomínio do hemisfério esquerdo,
nos destros, é responsável pelas funções simbólicas da linguagem.
A percentagem de esquerdinos,
confirmada num trabalho de investigação por mim realizado, alcança os
dois dígitos e é maior nos rapazes do que nas raparigas.
Por volta dos 4 anos cerca de 40% das
crianças ainda não estão lateralizadas, e cerca de 20% só entre os 5 e 7 anos é
que constroem a sua lateralidade.
Entre os métodos mais simples de descobrir
a lateralidade predominante encontramos, por exemplo:
- pedir à criança que estique os
braços para a frente e sobreponha os punhos - nos destros a mão direita fica por
cima, nos esquerdinos é a mão esquerda que se sobrepõe.
- dar à criança um tubo para que observe
determinado objeto através dele; se pegar com a mão esquerda e o colocar no
olho esquerdo, provavelmente, tem tendência para a sinistralidade.
Para obter uma conclusão válida são
necessários diversificados testes.
O facto de pertencer a uma família de
esquerdinos predispõe para o esquerdismo, mas o fator hereditário ainda não está
bem estabelecido.
Na investigação levada a cabo sobre a escrita dos esquerdinos,
consegui extrair algumas conclusões que poderão ajudar a traçar o perfil
grafopsicológico e identificar o autor de determinados documentos ou
assinaturas.
Conclui que a percentagem de esquerdinos é mais
elevada no sexo masculino do que no feminino, que os esquerdinos tendem a ser
um pouco mais lentos que os destros, que a letra dos esquerdinos apresenta-se
ligeiramente mais angulosa que a dos destros.
É provável que os esquerdinos desenvolvam outras capacidades ao
fazerem maior esforço que os destros para conseguirem resultados semelhantes na
escrita.
Afonso Sousa
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