Texto de um jovem adolescente, de 14 anos, que frequentava o 5º ano de escolaridade.
As causas da perturbação grafomotora consistem na dificuldade de
aquisição do esquema corporal, de orientação, de coordenação óculo-manual e da
lateralidade, devendo ser identificadas a partir da escola infantil.
Outras causas consistem na falta de pré-requisitos, da escassa motivação,
das fracas condições ambientais, de distúrbios afetivos, da motricidade
inadequada, da descoordenação corpo/espaço, da inserção complicada no ambiente
escolar, das perturbações da linguagem (atraso na aprendizagem, dificuldade de
simbolização e de compreensão do léxico).
Dificilmente existirá uma causa única e suficiente para explicar o
comportamento disgráfico. Convém, pois, efetuar, antecipadamente, uma anamnese,
recolhendo informações junto da criança, dos pais e dos professores e fazendo
testes de leitura, uma vez que a aprendizagem da escrita está diretamente relacionada
com o desenvolvimento da expressão oral e da leitura.
A fim de determinar o nível grafomotor, o grafólogo fará um exame
cuidadoso da escrita, estabelecendo um bom relacionamento com a criança e com a
sua família, em colaboração com os professores. O programa de atuação será individualizado,
tendo em conta a personalidade da criança, o seu nível de integração na escola e
a sua motivação. Sem esconder as falhas detetadas, convém valorizar os aspetos
positivos da escrita, a fim de aumentar a autoestima.
A educação será sempre preferível à reeducação. Porém, quando a escrita
não desempenha bem a função de comunicar e o gesto se torna difícil, é
necessária a reeducação através da intervenção dum profissional que saiba lidar com o problema e coordene a
realização de atividades didáticas apropriadas que permitam desenvolver
capacidades percetivas, motoras, linguísticas, de atenção e mnemónicas
adequadas.
O grafólogo observará a posição do escrevente,
a distância entre o corpo e a mesa, a posição da coluna vertebral e das pernas,
verificará se a mão que escreve está apoiada na folha e se o cotovelo assenta sobre
a mesa, se a caneta é pegada pelo dedo indicador e pelo polegar, se está
apoiada no dedo médio e se os dedos anelar e
mínimo deslizam sobre folha.
Uma atenção especial será prestada à organização espácio-temporal, à
coordenação motora, à lateralidade, à linha
de base, à pressão, à velocidade, ao tamanho dos carateres e a outros
parâmetros que, negativamente, se destaquem. Sendo
detetados problemas de foro neurológico ou psicológico, torna-se necessária a
intervenção de um profissional de saúde.
Entre as técnicas que ajudam a melhorar a grafia, podem nomear-se o desenho livre, os traçados arabescos, os
contornos, o preenchimento de figuras, os grafismos com várias direções e
formatos, os exercícios de progressão cinética e de
pressão.
Inicialmente, algumas técnicas podem ser aplicadas em suportes de maior
dimensão do que a folha de papel (como por exemplo quadros) ou utilizando outros
instrumentos diferentes de escrita, como marcadores e pincéis.
Qualquer método ou processo de educação ou de reeducação deve assumir um
caráter específico e ao mesmo tempo globalizante.
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