Escrita de adolescente com 14 anos, desinteressado
pela escola, algo violento e com variações de humor.
.A escrita é um ato, simultaneamente, neurológico, percetivo e motor. A
capacidade para escrever pressupõe,
portanto, uma coordenação funcional dos membros superiores, o que implica o
desenvolvimento das capacidades motora e motora fina, visual, espacial e
linguística.
Ambos os hemisférios intervêm na
realização do ato gráfico. Todavia é sabido que o hemisfério esquerdo predomina
sobre o direito, como se pode constatar na preferência da mão direita pela
quase totalidade dos escreventes.
Uma das perturbações de tipo funcional da escrita é a disgrafia, que ocorre com alguma frequência no início da fase de aprendizagem, sem implicar lesões cerebrais ou problemas sensoriais. Ela consiste na dificuldade de execução gráfica, na perceção incorreta das formas e da dimensão das letras, das palavras e dos algarismos e na incorreta orientação espacial. A disgrafia não é problema apenas das crianças, mas também dos adultos. Os estudos efetuados provam que a percentagem de indivíduos com disgrafia é mais elevada no sexo masculino do que no feminino.
O escrevente com disgrafia faz
muito maior esforço para escrever do que
os não disgráficos. A sua escrita costuma
apresentar linhas flutuantes, espaços e margens irregulares, formas imperfeitas
das letras e com dimensões irregulares,
erros ortográficos, pressão irregular, ritmo alterado, rasuras e interrupções
do traçado, inversões de sentido do movimento gráfico, a pontuação descuidada e
inclinação variável.
A disgrafia distingue-se,
também, pela fraca qualidade da letra,
pela insuficiente legibilidade, pela demasiada lentidão. Não se deve confundir
com a chamada “letra feia”.
Ela distingue-se da dislexia e da disortografia,
mas está com estas relacionada.
Afonso Sousa
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